terça-feira, 3 de agosto de 2010

PARA ESQUECER E LEMBRAR

São coisas que vem e vão. Sozinha percebo o tamanho da febre que opera meus atos no momento criativo de cada instante do trabalho. Existe uma angustia que ainda não sei de onde parte. Meus medos podem ser enumerados em uma única mão vazia. A sutileza apavora. Vazio intenso. As sensações consomem. Tenho medo. Tenho medo porque o medo sugere cautela. Em frente: infinito. Avisos pelo caminho. O tempo se perde. Preciso de coisas para lembrar. Preciso esquecer. Parece pouco, o tempo. Fico por aqui porque as coisas começam a perder o nexo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

SOMBRA E LUZ

Em processo. É um work in progress. Contínuo movimento incessante. Onde formas ditam luz e sombra. Uma perspectiva decifrada pelo olho e baseada no cérebro. Suspiros, lágrimas, lembranças de algo que não consigo lembrar. Incompetência velada. Subjetivo olhar oblíquo mas, perco palavras. Perdi condicionantes, alimento segredos. Desafio a mim porque assim não se perde a graça, qual será a minha graça? No momento hiato da criação. Reverbera no tempo, congela no espaço, altera fatos. Numa mão uma taça, na outra nada, cai vertiginosamente em mim. Novamente. Escolha. Não existe isso ou aquilo. Existe isso e aquilo. Caminho devagar. Olhei, enxerguei e vi: A sombra dá a profundidade da luz.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

VER + DADE = VERDADE

Por aqui os dias passam em chuvas artificiais que caem na grama que precisa sobreviver. Minhas ideias voam em direções distintas. Existe um cheiro ao redor. Espero, espero, espero... Os dias quase terminam mas tudo recomeça. Lembro, esqueço e me perco. Distrai o tempo que passa lento. Mantenho a capacidade de flanar em qualquer lugar. O cair da noite rapidamente. Existir possibilita diversos fins. Saltei de dentro de mim. Atualizações concluídas. O tempo virou. Entra pelo umbigo e escorre dentro de mim. Aprendi movimento. Mais uma vez passou o tempo. É verdade. Verdade. O sono chega lentamente. A realidade não é nada sutil. O desenho esta incompleto. Esperar alivia. Ver é uma verdade. Ver.

Fragmentos do corpo, 2010 (Patrícia Viso)



segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ALGUNS PASSOS DO ÚLTIMO PASSO

Caixa Fechada, 2010 (Patrícia Viso).


Hoje começa e termina uma etapa. Sinto uma certa angustia que não identifico de onde vem ou que sentimentos esconde. Corri desesperadamente até um ponto. Momentos, instantes, quase já. Desconfio que irei em alguns minutos chorar. Chorar até o fim. Genial preposição física que carrego em mim. Quase tudo que vejo é um completo absurdo. O vento desliza sobre meu rosto. A cura necessita de remédio. Profilaxia instantânea. Cores intensas em um cinza ofuscante. Tenho inúmeros medos. Minhas heranças circundam o globo. Nauseante. Minhas intenções são conflitantes. Existem diversas coisas que ainda não sei. Esquadros e tintas. Quem eu sou me consome. Ilusão contamina realidades. Parece uma explosão. Lembro de corridas incessantes em volta da mesa de jantar. Lembro de sorrisos espontâneos vagando no ar. Me transformei no que sou. Convergência de tudo, divergência de nada. Singular espaço vazio onde se cria. Vejo folhas verdes no chão. Lembro das manhãs de inverno aconchegantes. Lembro de um carinho que não me lembro mais. A vida me comove. Passei por este mesmo local ontem. Hoje já esta tudo diferente. Passou o tempo. Time goes by. Espaços. Tenho um medo, mas, não me lembro. O fluxo é intenso. Parei a alguns passos do último passo. Daqui a algum tempo as palavras se perderão no tempo em algum espaço. Viver é raro. Não gosto de colocar as coisas no mesmo nível. O controle é total. O desconcertante é um fragmento. Paro. Esquecer tem seu preço. Melhor reverter tudo em um traço do desenho. Intensos esquemas. Soluciono apenas problemas. Aqui se finaliza mais uma coisa para lembrar depois que eu esquecer.

Caixa Aberta, 2010, (Patrícia Viso).

quinta-feira, 27 de maio de 2010

TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR

Meu ponto de partida não existe mais. As abordagens de uma breve vida em um único dia. Exaustão. As cordas estão penduradas. Levei muito tempo para chegar aqui. O tempo...

Em um novo momento completo o texto. As manhãs são dias inteiros. Reflexivos pontos. Voltei ao começo dos números, equações e definições. Uma alegria contente me invade. Pulsações, nada concreto. Diferenciais de outros instantes. A palavra chave é agora. No próximo minuto: agora. Agora, só se for agora.


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A Torre Eiffel é atualmente utilizada como ponto de observação e transmissão de rádio. O projeto arquitetônico e estrutural é do engenheiro Gustave Eiffel para a Exposição Mundial de 1887.

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"Tudo que é Sólido Desmancha no Ar" é um livro do filosófo americano Marshall Berman fazendo uma alusão a frase de Karl Marx.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

LIMITES DA CRIAÇÃO

O limite se apresenta de maneiras diversas durante um processo criativo, e a imersão a qual se pode chegar não é clara. Ficar no movimento pendular de quase queda, onde se ultrapassa o limite e se cai vertiginosamente é perigoso e por vezes pior que a própria queda. Conseguir visualizar este limite é assustador, paralizante e também maravilhoso. Quando optei pela arte sabia dos riscos assumidos, mas, o limite do processo criativo ainda não havia se apresentado. Coisas para lembrar depois que você esquecer é um trabalho árduo de identificação da realidade através da memória e do esquecimento. Reviver os inesperados dramas humanos, transbordar emoções juvenis, acordar envolta em uma nuvem de fatos esquecidos e se inserir na realidade novamente são parte de um território inóspito. A crueza da queda em si e o deformar de um espaço tempo em conformação é um dado do instante. Presente, passado e futuro entram em confronto no único lugar real onde podem coexistir: o agora. O transitar por entre processos de compreensão do fazer artístico sem dúvida alguma derruba limites, cria territórios de expansão, intercepta realidades e faz com que o trabalho permaneça em progresso mudando as articulações e os propósitos.
Cheguei ao fim de um processo intenso de trabalho, pronta para admitir que os limites devem ser traçados no espaço e no tempo conforme sua possibilidade de sustentar o pendular movimento da queda.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

DIA BASBAUM

Na próxima terça-feira na Escola Guignard acontecerá o DIA BASBAUM, onde serão apresentadas palestras sobre o artista plástico Ricardo Roclaw Basbaum. O evento tem foco na produção teorica e prática deste artista plástico, crítico de arte e curador que atualmente e professor da UFRJ e participou da Documenta de Kassel de 2007.
Uma das palestras será apresentada por mim. Aguardo vocês por lá...
Escola Guignard - UEMG
Rua Ascânio Bulamarque, 540, Mangabeiras
Belo Horizonte, MG, Brasil.
Telefone: +55 (31) 3282-1543

quinta-feira, 13 de maio de 2010

LISTA: ALICE / SHERAZADE

  • Espaço
  • Tempo
  • Gravidade
  • Corpo
  • Visível
  • Espelho
  • Crescer
  • Queda
  • Invisível
  • Encolher
  • História
  • Discurso
  • Realidade
  • Imaginário
  • Sonho
  • Espiral
  • Deformação
  • Movimento
  • Matéria
  • Fragmentação

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ALICE E AS MIL E UMA NOITES

Sherazade interrompe o tempo enquanto Alice vivência espaços. Uma inflexão pontual e mudamos de história. Surge uma nova perspectiva invisível. Alice e Sherazade são sólidos em revolução, complexa integral, impossível derivada. Existem dois mundos dentro de mim. É autobiográfico — uma parte de mim é Alice a outra é Sherazade — o mal invade. Abri a porta da sala, acendi a luz. Sherazade esta muda. Alice esta paralizada. Depois de mil e uma noites a descoberta fatal: Era apenas história.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

ESPAÇO - TEMPO DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Hoje o tempo me toca. Preciso de mais. Eu acredito no hoje. Já faz algum tempo...
Por vezes tenho a mesma sensação de Alice. Meu corpo que se entrega em expansão. Acabo de encolher. Toda a construção que parte de mim, incoporo imagens, me interessa o mundo real. A ilusão real em tempo real. Quero o tempo que passa e que marca. Hoje, o instante agora onde todo o tempo esta contido. O futuro e o passado são apenas desdobramentos do único espaço existente: o presente.

domingo, 25 de abril de 2010

O SONHO

A postagem COISAS PARA LEMBRAR DEPOIS QUE VOCÊ ESQUECER (3) surge deste sonho que divido com vocês.

Alguns entederam profundamente o que digo, outros buscaram entender em si e por fim alguém entenderá.

Bons sonhos!

Quem contar

Um sonho que sonhou

Não conta tudo o que encontrou

Contar um sonho é proibido


Eu sonhei

Um sonho com amor

E uma janela e uma flor

Uma fonte de água e o meu amigo

E não havia mais nada...

Só nós, a luz, e mais nada...

Ali morou o amor


Amor que trago em segredo

Num sonho que não vou contar

E cada dia é mais sentido


Amor,

Eu tenho amor bem escondido

Num sonho que não sei contar

E guardarei sempre comigo

( Pedro Ayres Magalhães - MADREDEUS)

COISAS PARA LEMBRAR DEPOIS QUE VOCÊ ESQUECER (3)

Sonhos de criança. Segredos imaginados. Violenta descoberta. As imagens traduzem a parte que falta. Ortodoxa fé de quem crê em tudo o que vê. O contínuo tempo imaginário. Estou escutando diálogos silenciosos. Memórias arquivadas. Amar ultrapassa espaços. Laços. Toda esta história diz respeito aos meus passos. Obsoleto futuro imerso em certezas. Aos cinco anos de idade o universo é logo ali. Eu tenho um sentimento escondido mas, não é amor. São sonhos que imaginei. Apenas lembranças... Apenas... Sonhos...

Desenho do Sistema Solar, 2010.
(Patrícia Viso)


sábado, 17 de abril de 2010

HERANÇA JUDAICA (2)


Para quem me conhece um pouco mais sabe que minhas origens são duas: judaica e árabe. A herança árabe sempre esteve mais presente, porém, nos últimos dias tenho me dado conta do judaísmo como uma grande referência. No caso do judaísmo sua influência não tem haver com o judaísmo cristrão.

Bom, de qualquer forma dessas constatações e imersões com certeza saíra algo plástico.

Deixo uma imagem aqui de um amuleto contra o mau-olhado que pertence as duas culturas o HAMSÁ. Hamsá significa cinco e se referencia nos cinco dedos da mão. Este amuleto foi introduzido na cultura judaica pelos árabes.

Interessante não?

Espero que um dia voltemos a ter paz percebendo que nossas culturas se interceptam e se contaminam a milhares de anos...


sexta-feira, 16 de abril de 2010

HERANÇA JUDAICA

Obtuso espaço vazio. Descontinuo tempo. Indeterminado existir para determinado pensamento. Objeto em mudança. Instante. Expansões. É um real ato. Complemento. Dentro e fora. Cartesiano momento. Agudo espaço vazio.
Bereshit (Gênesis)
Shemot (Êxodo)
Vayikrá (Levítcio)
Bamidbar (Números)
Devarim (Deuteronômio)
*
A Criação da Luz, 1843 - Gustave Doré

quarta-feira, 7 de abril de 2010

TRÁFEGO

Estou parada no tráfego intenso. Nos desacostumamos com o tempo. Não é possível perder tempo. Quanto tempo mais? Ingênuo tempo. Nada é o que parece ser. Nada é o que parece. Por isso precisamos de coisas para lembrar. Agora mesmo acabo de esquecer. Agora mesmo eu queria ser. Parece ser. Nada. Esquecer. Acabo de lembrar de coisas para esquecer.
O peso de toda essa história acaba de me abater. É o que parece. O tempo é implacável sobre o corpo. Parece ser. As horas marcam o tempo. O espaço estático de um tempo móvel. Passa um avião. Corta o céu em seu tempo. Meus olhos. Coisas. Tudo. Quase nada. É o que parece ser.

segunda-feira, 29 de março de 2010

COISAS PARA LEMBRAR DEPOIS QUE VOCÊ ESQUECER (2)

Se deparar com você mesmo depois de trinta anos com quatro anos de idade é no minímo desconcertante...
#
Encontro em mim uma fragilidade irrepreensível. Gotas suaves de calor. Cólera. O antigo e o novo. Paradoxo, parece ser o que rege o mundo. Vou parar de escrever. Minhas mãos tremulas. Avistei uma brisa. Vejo a cidade. Totalidade. Alcei um passo. Mergulhei, era raso. Em alguns passos. Ver, ouvir, degustar, cheirar, gestos tatéis. Quase reverência. Tenho minhas preferências. Feminina. Tomei o último comprimido. Estou curada por altas dosagens. Penicilina, morfina, qualquer "ina". Prefiro assim. Vertigens e labirintos. Sinto. Com cores crio pinturas espaciais. Minha realidade dimensional. O gesto no espaço, tridimensional. Sem destino. Sem desejo. Distante Tejo. Sem. Sentimentos invadem o racional. Tudo na vida. Tudo. Opcional.

terça-feira, 16 de março de 2010

ONOMATOPÉIA

Não sei por onde passa o que se passa.
Parece que a qualquer momento vai voltar
Vai se virar,
Por segundos do mesmo espaço
Em mensagens virtuais
Desloca pelo ar
Até lá, vem daqui.
Sem lugar
Tem que construir até cair
Assim se faz,
O trem em alta velocidade corta.
Ninguém me vê.
O oposto do que sinto.
Há muito tento atravessar para o outro lado da rua.
Os veículos apenas absorvem
Jamais me entenderiam.
Depois do vazio, eu.

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Onomatopéia: sf. Palavra que imita o som natural da coisa significada.
(Ex: tique-taque).
Fonte: Dicionário Aurélio.

quinta-feira, 4 de março de 2010

UM BREVE INSTANTE


Hoje acordei com uma sensação de medo. Medo da vida que é curta e repleta de imprevistos. Medo da dura percepção de que a vida é mais real que a realidade. Que oitenta, noventa, cem anos é pouco para tanta coisa, mas, que às vezes este pouco é abreviado por um instante, um breve instante...

Nestes últimos dias a minha vida passou pelos meus olhos como um filme. Quanta coisa boa esquecida, quanta coisa ruim que não sai do pensamento. Mas, o que mais me chamou a atenção é o medo que sempre está presente, às vezes quase imperceptível, outras vezes monstruoso e aterrorizante. Comecei a refletir sobre coisas básicas: um telefonema que deixamos de fazer a alguém que gostamos; um filme que queremos muito assistir, mas não dá tempo; um dia que queremos ficar na cama; um sorvete que não tomamos porque engorda... Muitas coisas passaram pela minha cabeça.

Porém o medo esta lá sempre, rondando a porta. Quantos abalos mais terão que acontecer para descobrir que somos frágeis, mortais, pouco adaptados, humanos. Quantos absurdos mais teremos que viver, a cada dia, para lembrar que somos egoístas, invejosos e pouco solidários. Até quando vamos colocar todas nossas expectativas no mundo externo e continuar acreditando que a resposta para a questão se encontra em alguma página de um livro que ainda não lemos.

Não existem respostas, ou talvez, façamos as perguntas erradas. Sinto um vazio enorme e uma angustia profunda. Sei que a vida é curta, que vamos continuar errando. Só queria dizer que não devemos ter medo e se tivermos ele não pode nos paralisar a ponto de deixarmos de viver. O que posso dizer dessa semana é que a realidade é tão real que faz doer a carne, é tão real que me fez compreender a alma. E que é por isso que neste mundo que chamamos de Terra precisamos de tanta coisa externa a nós, porque a realidade ultrapassa qualquer barreira, qualquer sonho, qualquer imagem.

segunda-feira, 1 de março de 2010

AO MEU PAI

Como já havia postado sobre meu novo trabalho: "Coisas para lembrar depois que você esquecer". Durante as minhas pesquisas e estudos as inspirações e referências vão chegando. Então, posto aqui uma música de Antônio Carlos Gomes intitulada: Quem Sabe.
Esta música já embalou meus sonhos na infância, quando meu pai a cantava para mim acompanhado pelo seu violão maravilhoso.
Aproveito para refletir e para fazer uma homenagem a ele porque esta versão é de Francisco Petrônio (voz) e Dilermando Reis (violão) que são reverenciados pelo meu pai por seu apuro técnico e intensidade, e claro porque Carlos Gomes é seu compositor favorito.
Deixo com vocês um pedaço de história do nosso país e um pedaço da minha história.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

SALTO ALTO NO CHÃO

Emoções intensas. O choro vem fácil. Agora vai embora. Fácil. Transformou. É uma nova etapa. Escuto algo novo. Fragmentos. Não. A vida vem recheada de ilusões. Vazio. Parece veludo. A tranquilidade é assim. Existe uma infinidade de tempos. Uma infinidade de espaços e dimensões. Perspectivas delimitadas. Vagos momentos. Imagem em preto e branco. Eco. Existiu um tempo. Libertei meu espírito. Liberdade. Na verdade muros a pular. Disse isso a alguns dias atrás. Em outra dimensão. Escutei ao longe. Grito sem voz. Maria. Senhora dos céus na terra. Refiz com cacos. Pequenos pedaços. Para cada quebra-cabeça encaixes exatos. Mil peças. Espelhos refletem imagens. Espelhos captam realidades. O sentido define o lado de cada margem. Afino cordas invisíveis. Solidão. A única certeza. A luz determinou isso. Salto alto no chão. Apenas só. Na garganta preso um nó. Tirei a gravata. Estou farta. Apta. Virei a página. A atmosfera é incolor, mas, o céu é azul. Atravessei e cheguei na outra margem. Imagem de luz. Sonhei de verdade. Imagem da realidade. Converti. Sai do lugar. Estamos aqui de passagem.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

COISAS PARA LEMBRAR DEPOIS QUE VOCÊ ESQUECER

A infância é um momento importante em nossas vidas mas, a medida que o tempo passa e o sonho infantil de nos tornarmos adultos vai se formatando esquecemos dela rapidamente.

Meu novo projeto caminha no sentido de resgatar memórias da infância, no caso a minha infância, porém creio que a identificação será coletiva e imediata.

Não irei aqui explicar o que será ou como será. Gostaria apenas de lançar uma reflexão e de dedicar este trabalho ao meu artista favorito (Lucas) e a uma criança grande que tem o coração de quatro anos (HP)...


"Pulei o muro da escola.
Matei aula pela primeira vez.
Acho que liberdade é isso, pular muros."

(Meu Desenho, 2010 - Patrícia Viso)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


As noites são como os dias. A verdade é um pedaço do iceberg. Semelhanças. Meus medos são de criança. Não é fácil dormir. Passam rapidamente. Alianças. A história. Não fiz nada. Chorei. O mundo me guarda. Acaso. Por tudo. Muito pouco. Escrevi em outra língua. O infinito dura pouco. Vamos aos fatos. Estranhos atos. Falar requer muita elegância. As flores do mal. Foi. É uma montagem. São sentidos. Vejo. Ouço. Texto, som e imagem. São outros sonhos para novas viagens. E a espera de você. Jazz, boleros e bossas. Lembrei de outras imagens. Desvios vermelhos, a terra e seus sons. Standhal. Reside aqui. Não posso esquecer. O filme. Bethoven. Nona. Caminho a pé. Sonhos. Amor. É verdade, vibrações sem fim. Não revelo o que esta dentro de mim. Para você: tudo. Meus segredos. Minha tristeza. Meus absurdos. Encontrei um sentido. Sentindo além de mim. Compreendo diferentes mundos. Aguardo o passar deste tempo. Necessário, doloroso e reflexivo. Acordo com o dia mas, não durmo com a noite. Choro na minha compania. O que poderia ser mais maduro?
(Foto: Patrícia Viso)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


Sorrisos além da razão. Pensar não passa de pura imaginação. A covardia explode em profusão. A visão romântica. Existem letras. Palavras. O que se discute. Semântica. Lento é o tempo. As imagens. Sons. A constância é efetiva. Dias, meses, já se foi o século. Vasculho vestígios de um fim. Parte de mim parte. Parte de mim age. Parte de mim. Me parte. Escuto imagens. Imagino a vida se estabelecendo à tarde. Noite. Amanheceu o dia. Entrou em mim. Atravessou a rua. A meia lua vive dentro de mim. Polifonia. Aviso. Atenção. Transborda, é água. Tem um sentido vivo em mim. Ouro sem cor. As nuvens brancas cortam o céu. Poderia ser azul. Passou longe. Infernos. Corpo. Momentos exatos. Doce. Infernal a um passo do céu. Longe. Aqui. Vetores e direções. Ângulos. Incoerente instante. É só deixar sair. Portas. Janelas quase portas. Nascer. Viver. Portas abertas. Ando acima do fim. Ando acima de mim. Além da razão. Rimas. São construções. Vazou. Perdi um pedaço mas, não era de mim.
(Imagem: Caligrafia islamica)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PENSAMENTOS DO SÉCULO XVIII

Informações confusas. Movimentos intensos. A repulsão é magnética. Atrai. Tudo me cai. A certeza a mim não cabe. Tudo de mim sai. Lá fora. A chuva. Janelas de tantas vistas. As ações produzem reações. Newton. Nem se imaginava. Voa séculos. Voa tempo. Pedras, imagens, estilos, fases. Dentro de mim tudo cabe. Escorre fluido. Viscoso. Daqui. Labirintos em lúdicos precipicios. Marcas. Não vou nunca mais esquecer. Marcas. Controlo parte do todo. Envio lento. Pertuba o tempo. Passa, passa, vem, vem, escuto o silêncio. Transformo em palavras. Transcende a ação. Contínuo perpétuo. O sagrado se vai. A vida? Contida. O sedutor encanto de tanto sagrado profano. Me engano. Muda o ato. Muda o fato. Acordei sem mim. Poderia existir dentro o próprio fim. Dimensões. Verde e azul. Longe. Branco. Não existe preto. Absorto. Quase imagem. Quase real. Quase. O minímo. O máximo. No fluxo contínuo. O caos esconde uma densa harmonia. Massa escura. Curvas. Relativos. Estar. Marcas. O fim em si mesmo. Nessa terra. Silêncio. Palavra. Ação. Puro caos. Tempo.
(Imagem: Iluminura dos elementos: fogo, terra, água e ar)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

COME BACK...

De volta de Ouro Preto depois de um mês de muito estudo, barroco e arte. O século XVIII é logo ali, e ainda tem gente que fala ser impossível viajar no tempo.

Visões do nada. Não acredito em mais nada. Não vejo mais nada. Implacavel é o tempo. A escuridão é a saída. Luz. Brilha ofuscante. Lamento. Lágrimas. Aconteceu a poucos instantes. Serão quatro dias. Fiquei fria. Implosão do tempo. Não quero ouro. Não quero nada. Não acredito em visões. Nada. A cor que se sobrepõe. Espaço. O tecido preto. Não acredito em nada. Visões. Por pouco tempo. Por pouco nada.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

OURO PRETO SOB OUTRA PERSPECTIVA

Estou a duas semanas morando em Ouro Preto. Ossos do ofício que escolhi. Muita história, o tempo demora, o espaço ausente. Prefiro olhar a cidade sob outra perspectiva.
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Entre vagas idéias. Entre espaços vazios. Entre geometrias divergentes. O traço. Forte. As rachaduras do vidro. Parece. O espaço onde buscamos definições matemáticas. Energia marcada. O traço. Entre vagos espaços. Entre vazias idéias. Entre espaços divergentes. Existe um modo de refazer. Invisível. O construído tem seu tempo para ruir. Escapa. Grita em silêncio. Entre espaços geométricos. Entre idéias divergentes. Entre vazios geométricos. Expressão do tempo. intocável. Pouco se diz em silêncio. Entre vazios vagos. Entre espaços ideais. Entre divergentes vazios. Por muito pouco. Quase nada. Silêncio intenso. Voar é um drama. Poder. Tudo é vago. Espaço. Vazio. Divergente. Geométrico. Idéias. Sem fio. Por aqui o quente é frio. O traço. Pedaço do todo. Parece. É só imagem. Realidade fragmentada. Quebrado. Visível movimento. Inquietação. Descubro novas opções. Telegíveis. Componho uma nova visão. Pedras. Espaço de tempo. Intercepto não imagens. O movimento fala. Me calo. Me acalmo. Por pouco espaço. Converge o fato. Misturas. Ruas. Caminhos. Quase sempre. Fluxo lento. Onde há espaço me escapa o tempo. A ação gera reação. sobrevoar. Infinito intenso. Quase grito. Tudo é dito. Opto pelo traço. Curto. Solto. Existe um tempo. Um sonho. Existe um espaço. O que se vê adiante. Visões. Porções. A frente. Movimento estático. As cores refletidas. Em algum outro espaço, opaco.

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