segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ALGUNS PASSOS DO ÚLTIMO PASSO

Caixa Fechada, 2010 (Patrícia Viso).


Hoje começa e termina uma etapa. Sinto uma certa angustia que não identifico de onde vem ou que sentimentos esconde. Corri desesperadamente até um ponto. Momentos, instantes, quase já. Desconfio que irei em alguns minutos chorar. Chorar até o fim. Genial preposição física que carrego em mim. Quase tudo que vejo é um completo absurdo. O vento desliza sobre meu rosto. A cura necessita de remédio. Profilaxia instantânea. Cores intensas em um cinza ofuscante. Tenho inúmeros medos. Minhas heranças circundam o globo. Nauseante. Minhas intenções são conflitantes. Existem diversas coisas que ainda não sei. Esquadros e tintas. Quem eu sou me consome. Ilusão contamina realidades. Parece uma explosão. Lembro de corridas incessantes em volta da mesa de jantar. Lembro de sorrisos espontâneos vagando no ar. Me transformei no que sou. Convergência de tudo, divergência de nada. Singular espaço vazio onde se cria. Vejo folhas verdes no chão. Lembro das manhãs de inverno aconchegantes. Lembro de um carinho que não me lembro mais. A vida me comove. Passei por este mesmo local ontem. Hoje já esta tudo diferente. Passou o tempo. Time goes by. Espaços. Tenho um medo, mas, não me lembro. O fluxo é intenso. Parei a alguns passos do último passo. Daqui a algum tempo as palavras se perderão no tempo em algum espaço. Viver é raro. Não gosto de colocar as coisas no mesmo nível. O controle é total. O desconcertante é um fragmento. Paro. Esquecer tem seu preço. Melhor reverter tudo em um traço do desenho. Intensos esquemas. Soluciono apenas problemas. Aqui se finaliza mais uma coisa para lembrar depois que eu esquecer.

Caixa Aberta, 2010, (Patrícia Viso).

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