sábado, 31 de agosto de 2013

REFLEXÃO / REFRAÇÃO

Havia um tempo em que a reflexão fazia parte dos meus dias... A energia sempre mudando de direção e pontos sempre buscando uma simetria utópica, em uma lógica refratária. Entre reflexões difusas ou especulares o que comanda ao fim são ondas, direções, situações onde a estrutura se modifica. Complexo sistema este da reflexão. A refração modifica mas, é geométrica e estável. Nem tudo pertence a uma simples relação de simetria, um tanto reflexivo. Em tanta matemática, pouco prática em seus subjetivos objetivos, aguardo intacta sempre em reflexão/refração.

Quebramos a direção correta, sempre mudando de meio, de velocidade e mudando as distâncias. Modificamos mas, persistimos na condução e aceitação das regras. Ao invés de luz apenas uma reta distorcida e desencontrada. Penso que refletir é mera refração, então, pouco a discutir ou a definir. É fácil se enganar ao observar o que se reflete. A luz nunca termina, ganha forma, espaço, cor, transmuta imagens e modifica sentidos. O que reflete refrata, instantaneamente visível, por isso de tanta reflexão/refração.

Planeta Rosa descoberto pela NASA.

domingo, 25 de agosto de 2013

Hoje acordei com uma sensação de medo. Medo da vida que é curta e repleta de imprevistos. Medo da dura percepção de que a vida é mais real que a realidade. Que oitenta, noventa, cem anos é pouco para tanta coisa, mas, que às vezes este pouco é abreviado por um instante, um breve instante...
Nestes últimos dias a minha vida passou pelos meus olhos como um filme. Quanta coisa boa esquecida, quanta coisa ruim que não sai do pensamento. Mas, o medo sempre está presente, às vezes quase imperceptível, outras vezes monstruoso e aterrorizante. Comecei a refletir sobre coisas básicas: um telefonema que deixamos de fazer a alguém que gostamos; um filme que queremos muito assistir, mas não dá tempo; um dia que queremos ficar na cama; um sorvete que não tomamos porque engorda... Porém o medo esta lá sempre, rondando a porta.
Quantos abalos mais terão que acontecer para descobrir que somos frágeis, mortais, pouco adaptados, humanos. Quantos absurdos mais teremos que viver, a cada dia, para lembrar que somos egoístas, invejosos e pouco solidários. Até quando vamos colocar todas nossas expectativas no mundo externo e continuar acreditando que a resposta para a questão se encontra em alguma página de um livro que ainda não lemos.

Não existem respostas, ou talvez, façamos as perguntas erradas. O vazio é enorme e a angustia profunda. Sei que a vida é curta, que vamos continuar errando. Só queria dizer que não devemos ter medo e se tivermos ele não pode nos paralisar a ponto de deixarmos de viver. O que posso dizer dessa semana é que a realidade é tão real que faz doer à carne, é tão real que me fez compreender a alma. E que é por isso que neste mundo que chamamos de Terra precisamos de tanta coisa externa a nós, porque a realidade ultrapassa qualquer barreira, qualquer sonho, qualquer imagem.

O Grito II, 1893 - Edvard Munch.
(Óleo sobre tela, têmpera e pastel sobre cartão)
Galeria Nacional, Oslo - Noruega.

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