sexta-feira, 12 de junho de 2009

LUGARES INEXISTENTES

Há alguns anos pensando e observando a mudança do espaço a nossa volta, surgiu o seguinte projeto: “Lugares Inexistentes” tendo como pontos centrais: a lembrança, a memória e o patrimônio.
Os fatos que nossa memória armazenam e que diariamente nos lembramos, constrói o que somos, sentimos, desejamos e o que vemos.
O espaço, em questão, abordado é o espaço da cidade de Belo Horizonte, mais especificamente o hipercentro.
Belo Horizonte é uma cidade jovem que com seus 110 anos sofre como várias cidades, no contexto contemporâneo, com a fragmentação do espaço público, o esfacelamento da memória e a dificuldade em criar uma identidade histórico-afetiva de seus cidadãos com o patrimônio histórico ou não. Questões como a de que grande parte da população da capital ainda é formada por pessoas vindas de outras cidades do Estado e que locais que referenciaram gerações de belorizontinos aqui nascidos não existem mais, foi ponto inicial para esta série fotográfica que propositadamente tem uma imagem amadora. Como se um turista estivesse fotografando lugares por onde passou em sua viagem para mais tarde lembrar aquilo que viveu. A técnica fotográfica é abandonada para que o observador se sinta o mais próximo possível da imagem ali contida, dando a entender que ele próprio poderia ter tirado aquela fotografia.
Estas imagens tentam fazer uma reflexão profunda dos caminhos do progresso econômico e da mudança de importância que os espaços adquirem ao longo de um tempo.
Numa cidade como Belo Horizonte, que nasce do conceito moderno de fins do século XIX, o espaço é um local a ser ocupado e transformado constantemente. “Lugares Inexistentes” tenta resgatar a memória de alguns lugares no espaço-tempo, propondo um olhar sobre o local em sua configuração atual e dando a ele a referência histórica que para alguns é desconhecida, para outros esquecida e para alguns uma lembrança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você esteve aqui